Agora tudo é SUV ou tenta ser. Mas qual a fórmula desse sucesso? A resposta tem nome e sobrenome: Jeep Compass. Vem ver comigo
Agradar ao brasileiro é algo complicado, especialmente quando se trata de carros. O nosso mercado possui diversos modelos que tentam acertar a preferência nacional, mas hora ou outra esbarram em alguma especificidade tupiniquim. Houve tempos em que todos os carros obrigatoriamente deveriam contar com duas portas, ou eram condenados ao fracasso. A moda da cor prata também já se foi, assim como a histeria pelos aventureiros. Mas quem manda agora no mercado? Os SUVs?
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Encantando os brasileiros com sua posição alta de dirigir, a teórica maior robustez para enfrentar nosso asfalto mais furado que queijo suíço e a capacidade off-road que vai um pouco além do hatch altinho do seu vizinho, os utilitários esportivos entraram na mente da nação como Chevrolet Monza e Fiat Tipo fizeram em seus lançamentos. Agora tudo é SUV ou tenta ser, ou ainda tem uma pequena inspiração neles. Mas qual a fórmula desse sucesso? A resposta tem nome e sobrenome: Jeep Compass.
Rei dos SUVs
Aspecto bastante corriqueiro no Brasil é que modelos compactos dominem as vendas em todas as categorias que participam, quer seja pelo estilo mais europeu que temos ao comprar um carro, quer seja pelo preço mais barato desses. Só que o Compass é um SUV médio, nadando totalmente contra a correnteza como Tipo e Monza fizeram no passado. Depois da chegada do Ford EcoSport no começo dos anos 2000, os SUVs compactos dominaram o ranking dos utilitários mais vendidos. Isso até o médio da Jeep chegar.
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A estratégia da marca com o Compass foi apostar em um porte e preço intermediário entre os SUVs compactos e os médios que estavam rodando por aí até então. Ele abrange uma faixa que vai dos compactos cheios de equipamentos como o Honda HR-V Touring até beliscar em SUVs de luxo como Audi Q3. Começa em R$ 113.990 na versão Sport e vai até R$ 176.990 pelo Trailhawk. Mas o custo-benefício mais atraente e, por consequência, a versão mais vendida é a Longitude Flex avaliada que custa R$ 127.990 (R$ 131.190 no modelo avaliado com o Pack Premium).
Além disso, a lista de itens de série é generosa em todas as versões. A Longitude conta com airbags duplos, ar-condicionado digital de duas zonas, partida sem chave, controle de tração e estabilidade, bancos revestidos de couro (com opção de cor preta ou branca), luzes diurnas de LED, rodas de liga leve de 18 polegadas, piloto automático, luz diurna alógena, sistema start-stop (que não estava funcionando na unidade avaliada), sistema de som com 6 alto-falantes e central multimídia uConnect com tela de 8,4 polegadas, Apple CarPlay e Android Auto.
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Essa combinação fez com que o Compass tenha tamanho ideal para a cidade e também para as viagens. Com 4,41 m de comprimento, 1,81 m de largura e 1,63 m de altura ele é compacto suficiente para não entalar nas vagas do estacionamento do shopping como alguns rivais. Ao mesmo tempo, seu porta-malas de 410 litros e o entre-eixos de 2,63 garantem espaço para pessoas e cargas, permitindo uma viagem mais confortável que nos SUVs compactos.
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Outro ponto bastante valorizado pelo brasileiro é o acabamento interno, e é ali um ponto de destaque do Compass. Toda superfície da porta é emborrachada, assim como uma generosa parte do painel. Parecer mais caro do que de fato é e mais sofisticado é um tipo de atrativo tão apreciado no nosso mercado. Não à toa, o nosso Compass é o único do mundo que conta com lanternas traseiras de LED e faróis com assinatura de LED como item de série para todas as versões.
SUV de shopping, SUV de lama
Apesar de contar apenas com tração dianteira nas versões flex, o Compass é verdadeiramente robusto para encarar um off-road leve, ainda que não tanto quanto o Renegade. A suspensão é bastante macia na cidade e estrada, encarando a buraqueira com tranquilidade. Ao mesmo tempo, ela se dá bem com asfalto e altas velocidades, evitando uma inclinação excessiva em curvas com um pouco mais de velocidade. Se o motorista abusar demais, a traseira pode quicar, mas nada grave.
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Leve, a direção elétrica contribui para esse conforto, sendo mais bem acertada que em seus irmãos de plataforma Jeep Renegade e Fiat Toro. Nessa tocada, a transmissão automática de seis marchas entra como outro fator de suavidade e tranquilidade na vida do Compass. As trocas são praticamente imperceptíveis e relativamente rápidas no anda e para da cidade. O problema está nas retomadas, onde ela parece pensar por alguns segundos o que fazer, antes de descer de uma a duas marchas. Em uma ultrapassagem perigosa, lá se vão alguns segundos importantes.
O 2.0 quatro cilindros Tigershark de 166 cv e 20,5 kgfm de torque da conta do recado no Compass. Ele parece justo para o SUV, entregando rendimento na estrada e na cidade de maneira equilibrada. Não falta potência, mas ele também não será capaz de encher seus olhos e te grudar no banco com os rivais turbinados. O consumo não é lá essas coisas também: registrando 6,1 km/l com etanol e 8,8 km/l com gasolina na cidade, enquanto na estrada as marcas ficam em 7,5 km/l com etanol e 10,8 km/l com gasolina. O motor 1.3 Firefly turbo de 180 cv que já está no Renegade europeu cairia como uma luva aqui para o Compass no Brasil.
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Conclusão
O Jeep Compass no Brasil foi um ponto certeiro da FCA. A marca atingiu um nicho de mercado intermediário entre os SUVs compactos super recheados e os SUVs médios grandes demais para serem de fato médios. Trouxe para a briga um modelo robusto de verdade, confortável e bonito. Faltam ainda algumas pequenas mudanças e alterações, especialmente na motorização e transmissão, mas ele foi tão bem acertado para essa crescente demanda pelos SUVs e evoluído em relação à geração anterior, que ninguém lembra mais do desastre que foi o primeiro Compass. Bom trabalho, Jeep.
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