Quando a produtora francesa Ubisoft lançou o primeiro Assassin’s Creed, em 2007, ela estava apostando em um novo tipo de mercado para os games. Este era um título com forte teor histórico, mas que fugia do esquema de estratégia em tempo real, como era comum em games históricos. Assassin’s Creed colocava o jogador em uma aventura com visão em terceira pessoa, repleta de ação e malabarismos.
O primeiro Assassin’s Creed, enfim, foi lançado em novembro de 2007, para Xbox 360, PC e PlayStation 3, com grande qualidade gráfica, surpreendendo os jogadores. Isso sem falar no fato de que o jogo te coloca para se divertir no controle de um legítimo assassino, algo controverso em uma sociedade “politicamente correta”. Mas o game guardava outra carta na manga: ele mesclava elementos modernos, dignos de uma trama de ficção científica, com eventos e personagens históricos. Na época do primeiro anuncio, pouco sabíamos sobre o game. Ele ainda se chamava Project Assassin e os primeiros boatos eram de que ele seria muito similar à série Prince of Persia, também da Ubisoft. Até que os boatos não estavam tão longe de serem verdade assim, já que, no fundo, os jogos se parecem com as aventuras do Príncipe em sua jogabilidade, mas diferiram completamente em inovação.
Mas atenção, antes de ler saiba que este texto contém spoilers, ou seja, informações que podem estragar a surpresa de quem ainda não jogou os games da série.
Assassin’s Creed – 2007 – PlayStation 3, Xbox 360, PC
O primeiro jogo nos apresentou Altaïr ibn La-Ahad, encapuzado e estiloso membro da Ordem Secreta dos Assassinos, ou Hashishin, em plena época da Terceira Cruzada, no ano de 1191, na chamada Terra Sagrada. Com muitas referências históricas, o game se foca em uma eterna batalha entre esta ordem de assassinos e a Ordem dos Templários, em busca de um misterioso artefato conhecido como “Piece of Eden”. Com esta premissa, o jogador tem de viajar por três cidades presentes no jogo – Acre, Damasco e Jerusalém – todas fielmente retratadas e grandiosas, guardadas as devidas proporções.
Mas não pense que a história para por aí. Paralelamente, no presente, somos apresentados por Desmond Miles, descendente de Altaïr, em pleno século XXI. Desmond, que é um simples bartender, é raptado pr uma organização chamada de Abstergo. Lá ele é inserido na máquina conhecida como Animus, para que reviva memórias de seus antepassados. Esta é a desculpa para que o jogador controle Altaïr e reviva toda a aventura do assassino em busca da Piece of Eden.
Com o tempo, Desmond descobre que a Abstergo nada mais é que uma versão moderna dos Templários. Com isso, ele, que agora havia se tornado um assassinos descendente de Altaïr, com direito a habilidades até então desconhecidas, foge de seu cativeiro com Lucy Stillman, ex-funcionária da Abstergo e assassina disfarçada. No mesmo momento em que Altaïr descobre que seu mentor é um templário secreto, Desmond foge das verdadeiras intenções do cientista Warren Vidic – obter a localização das Piece of Eden no presente com a ajuda das memórias do até então bartender.
Assassin’s Creed II – 2009 – PlayStation 3, Xbox 360, PC, Mac
Cerca de dois anos depois a Ubisoft nos apresentava a Assassin’s Creed II, primeira sequência da saga de Desmond, que continuava diretamente sua história, logo após o final do game anterior. Aqui, o herói (já na companhia de Lucy e também de outros aliados) embarca em uma jornada para conseguir mais informações e habilidades de seus antepassados e, assim, derrotar os templários do mundo moderno. A principal novidade é que Desmond se depara com um novo assassino, desta vez na Itália renascentista, no século XV – Ezio Auditore da Firenze
Ao contrário de Altaïr, Ezio inicialmente pouco tem relação com o clã de Assassinos. Ao contrário, ele é um jovem nobre de Florença, membro de uma família rica, e seus problemas se resumem a brigas contra jovens de famílias rivais nas ruas italianas. Porém, após uma conspiração deflagrada, Ezio descobre que seu pai era, na verdade, um assassino, mas que foi traído por um antigo aliado – o espanhol Rodrigo Borgia, que futuramente se tornaria o Papa Alexandre VI.
Ezio segue os passos do pai e jura vingança pela morte de seu pai e irmãos. Acoado, foge com mãe e irmã para a vila Monteriggioni, onde encontra seu tio Mario, que lhe ensina uma série de lições e treinos sobre a Ordem de Assassinos, e também sobre o conhecimento da Piece of Eden, que aqui passa a ser chamada apenas de “Apple” (“Maçã”, em inglês). Desta forma, Ezio se prepara para contra-atacar Borgia e todos que a ele se aliarem, e também para recuperar a Apple das mãos dos inimigos templários.
A aventura termina de forma épica, quando Ezio se torna um assassino completo e encontra outros aliados e membros ilustres da Ordem de Assassinos, como Nicolau Maquiavel. Ezio logo planeja uma invasão ao Vaticano, onde tem o Rodrigo Borgia, agora Papa, como principal alvo. Após vencer o inimigo, mas não matá-lo, ele se depara com a Apple, onde encontra também uma espécie de ser holográfico que fala diretamente com o jogador, que se identifica como a deusa Minerva.
Miverna explica que ela e a sua raça moravam na Terra muitos anos antes da humanidade, quando catástrofes celestiais dizimaram quase toda a vida do planeta. Os sobreviventes reconstruíram a civilização e criaram a humanidade à sua própria imagem. Eventualmente, uma guerra entre os humanos e a raça de Minerva acabou por destruir tudo novamente, e agora a “deusa” quer alertar a Desmond (no presente, por meio das memórias de Ezio) para que a história não se repita.
Paralelamente, no presente, Desmond começa a descobrir símbolos gráficos deixados na memória de Ezio por alguém conhecido como Subject 16, outra pessoa que foi capturado pela Abstergo para testes no Animus. As informações sobre 16, porém, ainda são escassas e revelam muitos mistérios. O game termina com a fuga de Desmond, Lucy e outros aliados, que fogem incansavelmente de agentes Abstergo no presente. O herói se prepara para entrar novamente no Animus, para que assim conheça mais das memórias de Ezio.
Assassin’s Creed: Brotherhood – 2010 – PlayStation 3, Xbox 360, PC, Mac
Assassin’s Creed: Brotherhood começa imediatamente no momento em que Assassin’s Creed II termina, após a conversa entre Minerva e Ezio Auditore da Firenze. Considerado “o segundo capítulo na trilogia Ezio”, este ainda não é Assassin’s Creed III, mas sim um novo capítulo que expande a história do herói e o introduz agora como um verdadeiro mestre na Ordem de Assassinos.
Após deixar escapar o inimigo, Ezio passa por um período de descanso em Monteriggioni, quando os Borgia o atacam sem o menor aviso. Agora mais velho e mais experiente, Ezio comanda um contra-ataque contra um verdadeiro exército de templários, mas logo se depara com um novo e mortal inimigo, Cesar Borgia, que assassina seu tio Mario bem em sua frente, partindo após deixar Monteriggioni destruída e feridas que demoram a sarar. A nova aventura ruma para seu cenário principal: a gigantesca Roma, com Coliseu e tudo
Este pode ser considerado um capítulo bem rápido da trama, já que sua história pode ser concluída em poucas horas. Porém, ele não pode ser ignorado, pois apresenta uma série de importantes eventos para a vida de Ezio e também de Desmond.
Como citado, o herói do passado agora se torna o mestre da Ordem de Assassinos, após ter o “cargo” repassado por Maquiavel, um verdadeiro líder de uma irmandade inteira de soldados, que farão de tudo para protegê-lo e também em missões especiais. Com isto entra um novo sistema de jogo, onde é possível recrutar assassinos e comandá-los em tempo real durante os combates.
Novos personagens secundários aparecem, sejam pelo lado dos aliados de Ezio e também pelo lado dos inimigos. Os principais nomes da família Borgia possuem papel importante na história, principalmente Cesar, que é o “chefão final” e a principal ameaça neste capítulo, e também a bela Lucrécia Borgia.
Após encarar de frente membros da família Borgia e até eliminar alguns deles, Ezio, ao lado de seus aliados da Ordem de Assassinos, se depara cara a cara com Cesar no final do game, que é preso pelo exército do Papa Júlio II. Mesmo derrotado, Cesar consegue escapar de sua prisão e resolve atacar a cidade de Navarro, na Espanha.
Com a Apple recuperada, Ezio retorna à Itália, onde resolve esconder o artefato em um local chamado de Templo de Juno, com referência à deusa Juno. No presente, com base nas memórias do assassino, Desmond e seus aliados partem em busca do Templo de Juno, onde apenas Desmond se depara diretamente com a deusa, que diz que a humanidade é “inocente e ignorante” e logo em seguida começa a controlar o corpo de Desmond e o faz assassinar Lucy. O motivo? Até então desconhecido, e é quando o herói do presente entra em coma, no mesmo momento em que os créditos começam a subir na tela.
Brotherhood também foi o game responsável por introduzir um modo multiplayer na série Assassin’s Creed nos consoles, bem interessante e inovador por sinal.
Assassin’s Creed: Revelations – 2011 – PlayStation 3, Xbox 360, PC
Revelations é o mais novo capítulo na saga Assassin’s Creed. Este é o último game estrelado por Ezio, que também fecha pontas soltas na história de Altaïr, mas prolonga ainda mais a saga de Desmond no presente. O jogo tem como ponto de partida justamente o final de Brotherhood, após Desmond esfaquear Lucy e cair no coma. O herói acaba por ficar preso em seu subconsciente, em um local chamado de “Animus Backdoor”, de onde começa a vivenciar as últimas memórias de Ezio
No passado, Ezio, agora já sentindo o peso da idade, se dirige para Masyaf, na Síria, onde pretende descobrir mais sobre as origens dos Assassinos e também sobre a figura de Altaïr, lendário assassino. Lá, ele descobre que o território está tomado pelos templários. Ao mesmo tempo ele também toma conhecimento de um artefato que está protegido por seus inimigos, trancafiado com cinco selos.
O herói parte para Constantinopla, onde se encontram os cinco selos. E é quando uma nova série de eventos e conflitos tem início. Desta vez, o início do fim para Ezio. O game promete fechar todas as pontas soltas sobre o herói, mas também promete complicar ainda mais a vida de Desmond.
Capítulos de bolso
A série Assassin’s Creed possui já uma série de jogos lançados em dispositivos portáteis. Entre as plataformas que receberam tais jogos estão o PSP, Nintendo DS e até celulares/smartphones. Na maioria das vezes, tais jogos são histórias paralelas que adicionam pouco aos heróis da saga.
Assassin’s Creed: Altaïr’s Chronicles, por exemplo, é uma aventura de gráficos simples que saiu no Nintendo DS e também em dispositivos iOS. O game era centrado em Altaïr (e não mostrava Desmond) com a missão de repelir ataques Templários em cidades.
Já Assassin’s Creed: Bloodlines é um pouco mais desenvolvido e tem gráficos um pouco mais elaborados. Também centrado em Altaïr, o game saiu apenas no PSP e parte de sua história é até citada em Assassin’s Creed II.
Outros jogos, como Assassin’s Creed II: Discovery e Assassin’s Creed: Multiplayer Rearmed foram voltados para aventuras mais rápidas e sem muito compromiso com a história. Já Assassin’s Creed: Project Legacy é um game social lançado no Facebook que deixa os jogadores brincarem com o sistema Animus.
Existem ainda capítulos que não estão em videogames, como os livros e quadrinhos da série.
(Fonte: globo.com)
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