DIRIGIMOS O VW T-CROSS, SUV TURBO QUE SERÁ RIVAL DE HR-V E CRETA (*Viagem a convite da Volkswagen)
É de bom tom que, quando se chega em um churrasco atrasado, se traga uma boa cerveja gelada para compensar. A Volkswagen, última marca generalista a entrar no segmento de SUVs compactos, pretende fazer isso com o inédito T-Cross.
O utilitário derivado do Polo só chega ao Brasil no ano que vem, mas QUATRO RODAS teve a oportunidade de dirigir algumas unidades pré-série do modelo que, se não tomar a liderança, pode ao menos ameaçar o domínio do Honda HR-V (e seus rivais Hyundai Creta e Jeep Renegade) no segmento de SUVs compactos.
TURBINADO E ESTICADO
A VW ainda não revelou detalhes cruciais sobre o T-Cross, incluindo seu visual, diferença entre versões e, naturalmente, preço. Mas o que foi antecipado pode agradar você, seu bolso e seus passageiros.
A começar pelo espaço interno: o T-Cross que será feito em São José dos Pinhais (PR) tem um entre-eixo 8,6 cm maior que a versão europeia.
Com isso, ele chega aos 2,65 m de entre-eixos, superando HR-V (2,61 m) e Creta (2,59 m), apesar de ser mais curto, com 4,19 m.
Outra diferença, esta exclusiva para o Brasil, está na oferta de versões, composta somente por motores TSI, de 128 cv (1.0) e 150 cv (1.4), com opção de câmbio manual para os pacotes iniciais e automático de seis marchas nos restantes.
A fábrica paranaense até produzirá uma versão 1.6 16V aspirada do T-Cross, mas que será vendida só em outros países da região, como Argentina e Chile.
Um ponto que a Volkswagen fez questão de destacar é que o T-Cross brasileiro terá ESC e seis airbags de série (neste caso, indisponível até para a dupla Polo/Virtus, dotados de quatro bolsas infláveis).
Por aqui também teremos opção de teto-solar panorâmico, inexistente na Europa, e opção de pintura em dois tons.
CUSTOMIZADO
Executivos da marca anteciparam que o modelo nacional terá oito opções de cores, uma redução pequena diante da paleta de 12 tons disponível na Europa.
É verdade que provavelmente três ou quatro cores serão diferentes variações de cinza e preto, mas pelo menos o T-Cross terá um nível de customização raro neste segmento.
O interior, por exemplo, poderá receber elementos em diferentes tons, como acontecia nas versões Black, White e Red do Up!.
Outra ousadia é a adoção de um elemento de ligação que simula uma lanterna contínua sobre a tampa do porta-malas.
QUATRO RODAS pôde ver o carro sem camuflagem (mas sem autorização para fotos) e, ao menos neste primeiro momento, essa solução pode ser polarizadora.
A sensação é que não estamos diante de um Volkswagen, e o excesso de plástico em preto brilhante na peça não resulta em uma solução tão elegante como no Peugeot 3008 (que usa o mesmo material).
SOLUÇÃO SEGURA
O interior, por outro lado, segue uma linha mais conservadora, apesar das peças coloridas na parte superior.
A cabine também será revelada no futuro, mas espere um interior muito similar ao encontrado no Polo e Virtus, com direito a sistema multimídia com tela de 8 polegadas, quadro de instrumentos digital nas versões topo de linha e suporte para celular no painel – este exclusivo da América Latina.
Uma boa evolução está na atualização das entradas USB, que podem chegar a quatro, sendo um par para cada fileira de bancos.
O posicionamento dos conectores no console à frente do câmbio também melhorou, ficando mais à frente – mas ainda sem iluminação, como há no EcoSport.
A ousadia interior fica por conta dos equipamentos que serão oferecidos. As opções incluem faróis totalmente em LEDs com facho alto automático (ausentes no “irmão” Polo) e um sistema de estacionamento automático capaz até de estacionar em vagas de 90º entrando de frente com o o carro – algo especialmente útil em supermercados.
O controlador de velocidade adaptativo com frenagem autônoma e assistente de manutenção de faixa, no entanto, podem não vir ao Brasil ou serem oferecidos apenas na versão topo de linha.
CULPA DO ESTEPE
Por falar em fazer compras, o porta-malas do T-Cross nacional será menor que o europeu. No velho continente o compartimento varia entre 385 e 455 litros de volume, dependendo do posicionamento do banco traseiro, que tem encosto e assento ajustável.
Já o SUV nacional varia entre 345 e 390 litros (números estimados pela própria VW, pois o valor final será confirmado após a homologação).
A diferença se dá por um velho vilão dos porta-malas brasileiros: o estepe. “Não usaremos no T-Cross brasileiro um estepe temporário ou o compressor com selante disponíveis na Europa.
Por conta disso, o pneu de tamanho maior irá roubar parte do espaço no porta-malas”, explica José Loureiro, gerente executivo de desenvolvimento de veículos na Volkswagen do Brasil.
LATIFÚNDIO ALEMÃO
Se o compartimento de bagagem, com volume modesto (mas dotado de assoalho regulável, como no Virtus) e estreito, pode não empolgar as famílias, o mesmo não pode ser dito do espaço interno, sobretudo o traseiro.
Mesmo mais curta, a versão europeia já entrega conforto de sobra para dois adultos. As duas fileiras de assento foram elevadas (597 mm na frente e 652 mm atrás), mas a posição mais alta dos bancos posteriores acabam criando a visão “de cinema”, mais comum em SUVs de sete lugares.
Quem for atrás também terá bom espaço para a cabeça, difusor do ar-condicionado e as já citadas duas entradas USB.
A espuma do banco das unidades avaliadas não era tão macia e o comprimento do assento pode incomodar quem tiver pernas mais compridas. Esses detalhes, porém, podem ser modificados na versão nacional.
CARRO DE ENTUSIASTA
Outra coisa que mudará será o motor 1.0 TSI (que tem 115 cv na Europa, mas 128 cv com etanol no Brasil) e o câmbio automático: sai a caixa robotizada de sete marchas e dupla embreagem e entra o tradicional conjunto da Aisin presente em quase toda a gama da VW brasileira.
Em um primeiro momento a marca irá oferecer o T-Cross 1.0 TSI com câmbio manual de cinco marchas, mas são grandes as chances desse carro ser restrito à garagens de fanáticos pela marca ou “existir” apenas no configurador da marca, como acontece com o raríssimo Honda HR-V manual.
Não que isso seja um problema. São grandes as chances do T-Cross manter o bom casamento do motor TSI com o câmbio automático convencional, como já acontece com Golf, Polo e Cia.
A força extra propiciada pelo etano virá a calhar no modelo brasileiro, que será cerca de 50 kg mais pesado.
Mas, mesmo assim, não espere um desempenho de abrir os olhos: não há modo de condução, que inclui os perfis econômico, esportivo, confortável e personalizado, que transforme o T-Cross 200 TSI em um carro capaz de acompanhar Peugeot 2008 THP e Hyundai Creta 2.0.
Para eles haverá a versão 1.4 250 TSI, que não foi testada pelos jornalistas presentes na prévia do T-Cross na Alemanha.
A suspensão usa a receita clássica: McPherson na frente, e eixo de torção atrás. A boa notícia fica por conta dos freios, que serão sempre a disco nas quatro rodas.
CONTRA-ATAQUE ALEMÃO
O T-Cross pode não surpreender no mercado como foi com o retilíneo Renegade ou o espaçoso Creta. Mas ele pegou as melhores virtudes de seus rivais sem repetir a maioria dos seus erros.
O latifúndio no banco posterior é o suficiente para que a regulagem dos assentos e encostos seja útil mesmo em viagens longas. E o pacote de tecnologias compensa o visual sem grandes firulas – especialmente na dianteira.
Claro que tudo isso depende de um preço. Se o T-Cross orbitar entre R$ 79 e R$ 110 mil, ele pode dar trabalho para os líderes do segmento. Se a VW abusar da etiqueta, no entanto, o SUV pode padecer do mal do irmão maior Golf: um excelente carro, mas que quase ninguém compra.
Por: Rodrigo Ribeiro / Quatro Rodas
Fonte dos textos e fotos: Quatrorodas.abril.com.br / msn.com / Charlie Styforlamber / Thymonthy Becker /
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