segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

BOI CAPRICHOSO / PARINTINS / AMAZONAS / BRAZIL


O Boi Caprichoso, representado principalmente pela cor Azul, eh uma das duas Agremiações que competem anualmente no Festival Folclórico de Parintins no Amazonas.






O BOI DE PARINTINS 
O boi de Parintins é o auto popular, espetacular e criativo, a reinvenção o mito, a lenda do boi encantado que morre e ressuscita redescobrindo a cultura amazônica. Ele percorre a floresta e seus recantos, incorpora o universo lendário mítico e regional, além de valorizar rituais, celebrações tribais, costumes e a tradição popular. Ao seu repertório se unem a defesa da floresta, a força do povo simples e solidário, a essência da vida na Amazônia sustentável. 
A vida soa com a Marujada resumindo o amor que pulsa no coração do povo de alma azulada. Em junho há festa e Parintins se revela em versos, poesias, cantorias. O boi de brinquedo seduz multidões e emoldura com um farto sorriso o rosto de cada caboclo que veste azul e branco, as cores que embalam a festa popular do Boi Caprichoso.


Ele mexe a cabeça, dança, brinca, é amado, desperta paixões, traduz a mais pura e simples emoção que nasce no peito, invade toda a alma, traz uma alegria infinita que não passa e faz sentir um fogo intenso que se espalha sobre o coração. O boi de veludo enfeitiça, arrebata. Recria nosso amor, nossa vida, nossa história, contagiando o mundo com o ritmo dos tambores, com a dança, com a magia, com a tradição e a poesia. Sedução, fascínio, encantamento.


Uma tempestade de ideias, um celeiro de criatividade, explosão de sentimentos, adrenalina que dispara ao toque do tambor, estremecendo o peito, a terra, a vida. Pura magia, pura energia, alegria, cantos, melodia. É Caprichoso, para sentir, traduzir, emocionar, brincar e se apaixonar. 
UMA PAIXÃO CENTENÁRIA 
Fundado em 1913, pelas mãos de famílias nordestinas que aqui fincaram raízes e, até hoje brincam e participam do legado de seus ancestrais. A brincadeira nasceu nos quintais das casas de madeira, sob as sombras de frondosas mangueiras, castanholeiras, logo ganhou as ruas da cidade, incorporou as tradições locais, se misturou, se miscigenou, se renovou. Cercado pelos mistérios e pelos povos da floresta, não demorou para que um pajé fosse o responsável pela ressurreição do boi mais querido da fazenda. 
Os versos de saudação e enaltecimento, que soavam fortes nas vozes dos Cid e dos Gonzaga, com o surgimento do contrário, logo se transformaram em desafios fortes. Estava aceso o estopim da rivalidade entre azuis os do lado de lá! As pessoas passaram como sempre passam, mas o nosso boizinho não, ele apenas era recebido por seu novo dono, uma nova família que, tradicionalmente, se tornava a guardiã do boi, responsáveis por organizar as saídas do boi nas ruas de Parintins.


Eram marceneiros, pescadores, caçadores, caboclos, residentes do bairro ribeirinho chamado Francesa, de outro chamado Palmares, do Aninga, do Centro, de todos os cantos de Parintins, por isso é Boi de Parintins, de toda Parintins! 
Em 1965, o primeiro festival folclórico da cidade. Criado pela Juventude Atlética Católica, para ajudar na reforma da catedral. Em 1966 os bois foram convidados, e ano após anos, participamos da festa, ajudamos a erguer o mais belo templo da cidade, por isso é um símbolo tão forte, tão presente em nossas apresentações.


Pode-se afirmar então, que é um festival nascido pela fé do caboclo, aonde se faz presente, um boi nascido e sustentado pela crença, pela força e pela criatividade dos caboclos caprichosos. Há vida nesse brinquedo de pano, há vida sim, pois há amor e paixão. É uma paixão que ultrapassou os limites do tempo, da saudade dos tablados à pujança da arena, o Boi Caprichoso é vivo e eterno em nossos sentimentos, uma paixão centenária. 
O LEGADO DE UM POVO AZUL 
O projeto social Fundação Boi-Bumbá Caprichoso, denominado 'Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle', se define como marca de inclusão social e de cidadania, envolvendo crianças, adolescentes e jovens de 8 a 20 anos que exercitam e desenvolvem o potencial intelectual e artístico nas oficinas de arte, dando um retorno a comunidade e a própria festa.


A escola, fundada em 1998, possui o privilégio de ter revelado mais de 5.500 novos artistas que podem ser vistos nos galpões, no Conselho de Arte, na dança, na música e em todos os segmentos onde a marca do pioneirismo foi plantada. 
O Boi Caprichoso renova o futuro de nosso festival em cada uma das centenas de crianças de nosso projeto.
A HISTÓRIA
O BOI-BUMBÁ CAPRICHOSO TEM SUA HISTÓRIA ATRELADA A UMA FAMÍLIA. A PROFESSORA E FOLCLORISTA PARINTINENSE ODINÉIA ANDRADE AFIRMA QUE O BUMBÁ FOI FUNDADO EM 1913 PELOS IRMÃOS RAIMUNDO CID, PEDRO CID E FÉLIX CID. OS TRÊS TERIAM MIGRADO DO MUNICÍPIO DE CRATO, NO CEARÁ, PASSANDO PELOS ESTADOS DO MARANHÃO E PARÁ, ATÉ CHEGAREM À ILHA, ONDE FIZERAM UMA PROMESSA A SÃO JOÃO BATISTA PARA OBTEREM PROSPERIDADE NA NOVO MUNICÍPIO. 
ISSO FOI MOTI­VADO PELAS INFLUÊNCIAS RECEBIDAS PELOS CID DURANTE A TRAJETÓRIA ATÉ A ILHA, QUANDO PUDERAM CONHECER VÁRIOS FOLGUEDOS JUNINOS POR ONDE PASSARAM. DUAS MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS CHAMARAM A ATENÇÃO: O BUMBA-MEU-BOI, MARANHENSE, E A MA­RUJADA PARAENSE.


ANDRADE (2006) AFIRMA QUE O BOI CAPRICHOSO ASSIMILOU ELEMENTOS DESSES DOIS FOLGUEDOS, UMA VEZ QUE O BUMBÁ ADOTOU COMO CORES OFICIAIS O AZUL E O BRANCO, USADAS NOS TRAJES DOS MARUJOS, E DENOMINOU SEU GRUPO DE BATUQUEIROS, RESPONSÁVEIS PELO RITMO NA APRESENTAÇÃO DO BOI DE MARUJADA DE GUERRA. 
HÁ OUTRA VERSÃO, SUPOSTAMENTE VERDADEIRA, DE QUE O CAPRICHOSO SURGIU DE UMA DISSENSÃO DO BOI GALANTE, POR VOLTA DE 1925 OU 1928, TENDO ASSIM 80 ANOS DE EXISTÊNCIA E NÃO 95 COMO LHE É ATRIBUÍDO.
SIMBOLO
CAPRICHOSO É O BOI-BUMBÁ QUE DEFENDE AS CORES AZUL E BRANCO. SEU SÍMBOLO É A ESTRELA AZUL, A QUAL OSTENTA EM SUA TESTA. É O GUARDIÃO DA FLORESTA, DO FOLCLORE PARINTINENSE, DO IMAGINÁRIO CABOCLO E DO LENDÁRIO DOS POVOS INDÍGENAS. O NOME, CAPRICHOSO, TERIA UM SIGNIFICADO INTRÍNSECO A ELE, ISTO É, PESSOAS CHEIAS DE CAPRICHO, TRABALHO E HONESTIDADE. O SUFIXO “OSO”, SIGNIFICANDO PROVIDO OU CHEIO DE GLÓRIA. QUANDO SOMADOS, “CAPRICHO” MAIS “OSO”, PODER-SE-IA DIZER QUE É EXTRAVAGANTE E PRIMOROSO EM SUA ARTE. 
PARA COMPREENDER O SURGIMENTO DO CAPRICHOSO E DO FOLCLORE DE PARINTINS, LER A OBRA "A VERDADEIRA HISTÓRIA DO FESTIVAL DE PARINTINS" DE RAIMUNDINHO DUTRA, VERSADOR TRADICIONAL DESTE BUMBÁ, ORIUNDO DE UMA FAMÍLIA TRADICIONAL DO BOI AZUL. O LOCAL DE REALIZAÇÃO DOS FESTEJOS PARTICULARES, CHAMADO DE CURRAL, É CHAMADO DE CURRAL ZECA XIBELÃO, UMA HOMENAGEM AO PRIMEIRO TUXAUA DO BOI - BUMBÁ CAPRICHOSO, FALECIDO EM 1988, QUE SE LOCALIZA NA PARTE CONSIDERADA COMO AZUL DA CIDADE. QUEM SEPARA OS LADOS DE CADA BUMBÁ É A CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DO CARMO.
OS RITUAIS
EM 1994 O BOI BUMBÁ CAPRICHOSO, DEU UM ESPETÁCULO INESQUECÍVEL COM BELÍSSIMAS ALEGORIAS, TUDO CULMINANDO NUM MOMENTO MÁGICO: O RITUAL INDÍGENA. NAQUELE ANO FORAM ENCENADOS OS RITUAIS UNANKIÊ, FIBRAS DE ARUMÃ E UREQUEÍ.
EM 1995 FORAM OUTROS TRÊS GRANDES RITUAIS: LAGARTA DE FOGO, TEMPLO DE MONAN E O INESQUECÍVEL RITUAL KANANCIUÊ, QUE MOSTRAVA UM URUBÚ-REI LUTANDO COM O PAJÉ, VALDIR SANTANA.


DURANTE ESSE RITUAL, A MARUJADA PAROU E PELA PRIMEIRA VEZ HOUVE TEXTO EM UMA APRESENTAÇÃO DE RITUAL: O PAJÉ PERGUNTAVA "ONDE ESTÁ A LUZ" E O URUBU-REI RESPONDIA "EU NÃO SEI". NO MOMENTO EM QUE O URUBU FOI DERROTADO, UM ESPETÁCULO PIROTÉCNICO SAIU DE DENTRO DA ALEGORIA REPRESENTANDO A LIBERTAÇÃO DA LUZ, PARA DELÍRIO E ÊXTASE DA GALERA.
OS CAMPEONATOS
A DÉCADA DE 90 REPRESENTOU UM DOS MELHORES MOMENTOS DA HISTÓRIA DO BOI CAPRICHOSO. DE 1990 A 1999, GANHOU SEIS DOS DEZ FESTIVAIS DISPUTADOS - PERDEU EM 1991, 1993, 1997 E 1999. EM 1991, FOI MUITO PREJUDICADO PELA CHUVA. EM 1993, SEGUNDO OS SEUS SEGUIDORES, FOI INJUSTIÇADO. E EM 1997, CONSIDERANDO A SOMA DOS PONTOS DADOS PELOS JURADOS À APRESENTAÇÃO NA ARENA, O CAPRICHOSO TERIA SAGRADO-SE NOVAMENTE CAMPEÃO.


A DERROTA PORÉM, ADVEIO DE UMA PENALIDADE IMPOSTA PELOS JURADOS AO APRESENTADOR GIL GONÇALVES, O QUE, SE NÃO TIVESSE ACONTECIDO, TERIA DADO AO BOI O PENTACAMPEONATO EM 1998.
Anualmente o Boi Caprichoso realiza um espetáculo fantástico no meio da floresta amazônica. Sempre inspirado na poesia que nasce da alma do caboclo caprichoso, na batida da palminha, no ritmo dos chocalhos, no compasso simples do bater de pés das nossas tribos e na melodia mística que emana do canto dos pajés.
A arena do Bumbódromo é o palco de toda essa apresentação, aonde belas alegorias materializam os mistérios do imaginário caboclo e indígena. O som das flautas tribais regem as danças dos nosso guerreiros e cunhãs. As batidas dos tambores da Marujada entram em sincronia com o coração de cada torcedor. Um perfeito sincretismo religioso e cultural.

Fonte dos textos e fotos: boicaprichoso.com / Thymonthy Becker / Wikipédia /





DA JANELA DO TREM VOCÊ CONHECE O MUNDO


SONHOS DE UM VIAJANTE
SORVETE NO BOTECO DO ANÉZIO
Ia pela Rua Rio de Janeiro em direção a Praça do Santuário. Chegando na Rua Vinte e Hum de Abril, vi o boteco do Anésio que ficava da esquina até no meio da rua. O boteco do Anésio era cercado apenas por um balcão parecido que estes de bar. Entrei no boteco e bem no meio deste havia um grande tabuleiro de madeira, que deveria ter uns 2 metros quadrados. Dentro dele, vários copinhos com sorvete. Ele já colocava as bolas de sorvete nos copinhos para facilitar a venda. Eu queria sorvete de coco. 


Havia vários copinhos com sorvete de coco. Todos com coco ralado jogados em cima. Pedi a ele dois copinhos. Eu queria ir embora, mas não gostava de andar tomando sorvete. Mas decidi ir assim mesmo.


VALEU PELA AVENTURA

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